Comércio eletrônico é tendência irreversível
Com um faturamento previsto de R$ 24 Bi em 2013 o comércio eletrônico, segundo especialistas, é uma tendência irreversível no Brasil e no mundo. Na avaliação do professor de e-commerce (comércio eletrônico), da Isae/FGV, José Luiz Meinberg, a comercialização pela internet é uma tendência irreversível. Ele destaca que a redução do custo é um dos fatores primordiais para isso. “Uma pessoa em casa, com um computador, consegue fazer uma série de serviços. O custo é baixo e gera um fator que empurra você a pensar no meio eletrônico. Em um mundo competitivo como o que estamos, o custo é uma necessidade que tem que estar olhando”, afirmou Meinberg.
Além disso, ele destaca que a negociação pela internet traz vantagens. O e-commerce tem uma cobertura completa, fazendo com que as vendas ultrapassem os limites do município. Há ainda a questão da comunicação entre as partes que é rápida e a disponibilidade 24 horas. O cliente pode comprar a qualquer hora do dia.
“Tem uma geração que está entrando que é criada na frente do computador, talvez não precise do contato das pessoas”, argumentou o professor. De acordo com ele, as novas gerações estão preparadas para este processo e alguns adultos também já aderiram, uma vez que o medo de comprar na internet é cada vez menor.
Inclusive, destacou o professor, o Brasil já registra aumento nas compras virtuais realizadas por pessoas com menor poder aquisitivo. Segundo Meinberg, aqueles que ainda apresentam resistência são inseguros porque não dominam o computador.
Neste sentido, ele considera que as empresas que não aderiram ao e-commerce estão um passo atrás, principalmente, quando se considera o número de pessoas que tem acesso à rede. “O meio eletrônico quase que se tornou algo obrigatório”.
É preciso considerar ainda que o contato entre comprador e vendedor ainda é necessário e, dependendo do serviço, insubstituível. “Quando a operação começa a ficar mais complexa que obriga as partes a ter uma conversa para acertar detalhes, o uso do meio eletrônico começa a criar dificuldade. Nada substitui o vendedor, ele entende, interpreta, sugere e negocia”, enfatizou.
Se, em alguns casos, o contato com o vendedor é insubstituível há ainda aqueles produtos que é difícil imaginar uma comprar pela internet. Normalmente, quem decidir comprar óculos, por exemplo, prova diversos modelos na loja, compara os tamanhos e analisa qual formato melhor se adapta ao rosto. Em teoria, então, seria complicado comprar o produto na web. Porém, o empresário de União da Vitória, na região sul do Paraná, Daniel Sliwinski, apostou que as pessoas conhecem o próprio gosto e decidiu vender óculos pela internet.
A rapidez com que uma loja virtual consegue disponibilizar um produto para o consumidor é uma das vantagens deste tipo de negócio, na avaliação de Sliwinski. Há três anos, ele decidiu montar uma loja virtual e acredita que toda loja física também deveria ter uma sede virtual. “Eu sou de uma geração que já tem o hábito de comprar na web e percebi que o nosso seguimento estava aberto para isso.”
“O diferencial nosso é que nós trabalhamos com a coleção completa. São várias cores. Não tem como uma loja física ter toda a coleção. Nós como uma loja virtual, que atende o país, temos que ter a coleção completa. Na web, ele [o consumidor] se depara com uma coleção ótima e vai à loja física. Lá se depara uma quantidade de produtos muito menor. Como na loja não tem aquele produto, ele volta para a loja virtual”, argumentou. Ele destacou ainda as condições de pagamento. Segundo ele, na internet é possível fazer o preço à vista divido em um maior número de parcelas.
“É uma questão de mercado, de necessidade”, considera Sliwinski. De acordo com o empresário, que também tem três lojas físicas, o custo benefício de um investimento na internet é bom. Para ele, o investimento é menor e traz uma potencialidade muito maior.
Falta profissionalismo
De olho no crescimento dos empreendedores virtuais, há quem viu a oportunidade de ganhar dinheiro com consultorias específicas para estes novos empresários. Eduardo Aguiar é presidente de uma empresa especializada em e-commerce, ou seja, oferece assessoria para pessoas que pretendem vender ou prestar um serviço pela internet. Segundo ele, o setor expande em média 30% ao ano.
Como tem contato com diferentes projetos e diferentes perfis de empreendedores, Aguiar diz que este setor cresce a passos largos, entretanto, muitas ações são realizadas sem profissionalismo e isso pode representar o fracasso de uma boa ideia. “É fácil terem uma boa ideia e quererem aplicar na internet. É mais barato do que fisicamente, mas poucos dão certo”, alertou.
Segundo ele, em uma parte significativa dos casos, empresas que já estão bem estabelecidas no comércio tradicional tendem a obter êxito quando incorporam o e-commerce. Contudo, destacou Aguiar, quem começa do zero tem as mesmas oportunidades.
Segundo ele, o empreendedor deve ter paciência e entender a importância de um planejamento estratégico para a empresa. “Muitos dos planos de negócio não dão certo porque a pessoa acha que a internet traz faturamento para todo mundo, ela pode até trazer, mas a médio e longo prazo”, explicou. O empreendedor virtual deve ter em mente, afirmou Aguiar, quem são os concorrentes, os fornecedores, e o que é preciso para dar continuidade ao projeto, como capital de giro.
Com informações do Portal G1