Investimentos no comércio eletrônico em 2012
O próximo ano terá inicio com uma grande dúvida em relação aos investimentos no comércio eletrônico. A razão é muito simples, a incertezas em relação ao futuro econômico da Europa colocam nuvens negras sobre o cenário de qualquer projeção. Em relação ao comércio eletrônico a situação não é diferente, embora amenizada pelo forte desempenho do setor nos últimos anos.
A possibilidade de uma quebra ou forte abalo da confiança dos investidores em relação ao Euro e consequentemente uma crise econômica de proporção global insere um ponto de interrogação em qualquer cenário para o comércio eletrônico em 2012, mas devemos analisar a situação brasileira no caso do e-commerce.
Perspectivas para os investimentos no comércio eletrônico
Podemos trabalhar com dois cenários distintos e antagônicos. No primeiro, teríamos uma solução para os atuais problemas europeus e o ano seria de crescimento moderado da economia em função de uma desaceleração nas economias europeias em função de ajustes necessários para a retomada do crescimento. Neste cenário, os investimentos no comércio eletrônico em 2012 no Brasil continuariam em seu ritmo acelerado – taxa histórica de 35% ao ano no Brasil.
Portanto, se tudo der certo e o calendário Maia estiver errado em sua previsão do fim do mundo em 2012, teremos um final de ano de comemoração como tem ocorrido a 8 anos consecutivos de crescimento no comércio eletrônico nacional.
No segundo cenário, a crise europeia se agravaria e uma recessão global se instalaria. Nesse caso, é de se esperar uma retração dos investimentos no comércio eletrônico em função das incertezas o que acarretaria o engavetamento dos projetos de e-commerce em andamento. É um cenário que preocupa, mas um velho conhecido do e-commerce brasileiro.
Crises e reflexos nos investimentos no comércio eletrônico
As crises econômicas já são conhecidas do e-commerce nacional. Em 2009, mesmo diante da forte crise gerada pela quebradeira bancária iniciada em outubro de 2008, o e-commerce nacional saiu-se muito bem com uma taxa de crescimento de 30% com um faturamento de R$ 13,6 bilhões. A grande vantagem do comércio eletrônico brasileiro é que ele ainda é incipiente e por isso seu crescimento tende a sofrer menos nessas situações. Em 2009 vimos uma retração do mercado no primeiro semestre, mas seguida de uma forte retomada no semestre seguinte.
Uma das características da economia digital é sua forte capacidade de recuperação. Como os investimentos no setor, com exceção da capacitação de pessoal, não dependem de um prazo de maturação muito grande, a resposta é muito rápida. Foi o que vimos em 2009 e certamente veremos em 2012 no caso de uma crise vir a se instalar.
Uma outra vacina do comércio eletrônico nacional é sua forte concentração no mercado interno o que nos daria uma certa blindagem em relação a retração do mercado internacional.
O impacto sobre os investimentos no comércio eletrônico não seria tão grande principalmente para as lojas virtuais com foco nas classes C e D que ainda contam com uma demanda reprimida muito grande e acesso fácil ao crédito via cartões e outros mecanismos de financiamento pessoal.
No trabalho de consultoria em e-commerce estamos pautando nossas ações dentro de um cenário de precaução, dando maior ênfase aos fundamentos do negócio como treinamento de pessoal e aperfeiçoamento dos processos internos de forma a capacitar as operações de comércio eletrônico sob nossa orientação a uma retomada mais acelerada do faturamento no segundo semestre de 2012.
Você tem alguma perspectiva sobre os investimentos no comércio eletrônico este ano?
Alberto Valle, consultor e instrutor do Curso de E-commerce